Disfunção Erétil
A Disfunção Erétil ou Impotência Sexual Masculina é definida como a incapacidade persistente (ao longo de três meses ou mais) de obter e de manter uma ereção que permita uma relação sexual satisfatória. Trata-se de um problema que atinge o sexo masculino, podendo ocorrer em qualquer idade, embora seja mais comum em idades mais avançadas. A Disfunção Erétil afeta 29% dos homens entre os 40 e os 49 anos, 50% entre os 50 e os 59 e 74% entre os 60 e os 69. Estima-se que, em Portugal, atinja cerca de 500 mil homens (13%).
Apesar de ser uma doença benigna, a impotência sexual tem um grande impacto na vida sexual do homem como também a nível psicológico. Dada a sua influência na autoestima, muitos homens não procuram ajuda, o que tende a agravar o problema. No entanto, a maioria dos casos são tratáveis, cerca de 90%.
Sintomas
Os sinais de alerta são a diminuição do desejo sexual, as alterações da qualidade da ereção e a consequente dificuldade na penetração, bem como alterações ejaculatórias. Estes sinais podem manifestar-se de forma progressiva ou, por vezes, subitamente, sendo este último caso, regra geral, consequência de doença prévia, de traumatismos ou de cirurgias. As suas características, os momentos em que ocorre, a sua duração, são aspetos que ajudam a perceber se a causa é psicológica, física ou ambas.
Causas
A impotência sexual pode ter múltiplas causas: psicológicas, físicas ou hormonais. Pode ser um sintoma de outras doenças como a hipertensão, a diabetes, problemas cardiovasculares, condições que podem ser agravadas pelo sedentarismo, pelo tabagismo e pelo alcoolismo. Qualquer uma das doenças anteriores poderá afetar a irrigação sanguínea nas artérias do pénis, impedindo a obtenção de uma ereção.
Diagnóstico
O diagnóstico da disfunção erétil deve incluir a história clínica psicossexual, o mais detalhada possível, e a realização de um exame físico e um estudo laboratorial e hormonal.
Pode também ser necessário realizar outros exames de diagnóstico, como o eco-doppler das artérias cavernosas e a injeção peniana de vasodilatador.
Tratamentos
Embora hoje em dia existam imensas opções de tratamento da disfunção erétil, a terapêutica não deverá ser iniciada sem uma prescrição médica. É o clínico que define o tratamento, personalizando-o em função das causas e do grau de gravidade da disfunção erétil. O tratamento pode ser dividido em três categorias – não-farmacológico (apoio psicológico ou psiquiátrico), farmacológico (com a prescrição de medicamentos que promovem a irrigação sanguínea do pénis) e outras abordagens, nomeadamente cirúrgica.
Tratamentos disponíveis mais atuais
Medicamento de administração em suspensão oral (spray oral) que promove a ereção. Esta apresentação em spray oral permite a flexibilidade das doses, mediante um maior ou menor número de pulverizações (cada pulverização garante 12,5 mg). Atua por relaxamento dos vasos sanguíneos do pénis, permitindo o afluxo de sangue para o mesmo, quando sexualmente estimulado.
Atualmente existem quatro medicamentos de toma oral da classe dos inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5). Estes medicamentos promovem a ereção através do relaxamento dos vasos sanguíneos do pénis, permitindo o afluxo de sangue para o mesmo, quando sexualmente estimulado.
Em homens com disfunção erétil moderada, com contraindicação ou ausência de resposta ao tratamento com medicamentos de toma oral, poderá propor-se a injeção autoadministrada de prostaglandinas, que é aplicada no pénis, antes da relação sexual. Existem outras opções, concretamente as prostaglandinas tópicas, que são aplicadas localmente na uretra masculina e que têm um efeito vasodilatador.
Existe a possibilidade de colocação de uma prótese peniana, que corresponde a um tratamento de terceira linha da disfunção erétil. Trata-se de uma intervenção que está reservada para homens que não responderam aos tratamentos anteriores ou que procuram uma solução mais duradoura. A cirurgia vascular – outra das possibilidades de tratamento da disfunção erétil – tem como objetivo aumentar o fluxo arterial e diminuir o retorno venoso.
Esta estratégia, que inclui o apoio de um psicoterapeuta ou psiquiatra, será recomendada para os casos em que a disfunção erétil está associada ao stress, a ansiedade ou depressão. A abordagem não-farmacológica poderá complementar outras formas de tratamento da Disfunção Erétil. Antes da instituição de uma estratégia com medicamentos, deverá ser tentada uma mudança do estilo de vida, que implique, por exemplo, a cessação tabágica e a ingestão de bebidas alcoólicas, promovendo-se, ainda, a prática de exercício físico e uma alimentação saudável.
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