Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) e Sintomas Urinários

A Próstata

Parte integrante do sistema reprodutor masculino, a próstata, localiza-se por baixo da bexiga e à frente do reto, sendo atravessada pela uretra. A próstata é uma glândula que faz parte do sistema reprodutor masculino que produz parte do fluido seminal. À medida que a idade avança, muitos homens têm tendência a sofrer de problemas relacionados com a próstata. Esta aumenta naturalmente de volume à medida que os homens envelhecem, acabando por comprimir a uretra e dificultar a função urinária. A esta condição dá-se o nome de hiperplasia benigna da próstata.

Adotar um estilo de vida saudável, com atividade física regular, boa alimentação e exames preventivos regulares são atitudes que ajudam a manter a saúde da próstata e a prevenir um conjunto de doenças.

Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) – do que se trata?

É uma das doenças benignas mais comuns nos homens que se caracteriza por um aumento do volume da próstata. A próstata tem normalmente o tamanho de uma castanha. Quando esta aumenta, pode ficar aproximadamente do tamanho de uma bola de ténis. Como consequência do aumento de tamanho da próstata, existe uma compressão da uretra que, consequentemente, dificulta o fluxo normal de urina.

Inicialmente, provoca sintomas quando o aumento da próstata começa a bloquear o fluxo de urina. Os homens podem ter dificuldade para iniciar a micção (urinar). A micção também pode dar a sensação de ter sido incompleta. Como a bexiga não esvazia completamente, os homens têm de urinar com mais frequência, geralmente durante a noite. Consequentemente, o homem pode ficar mais suscetível ao desenvolvimento de infeções do trato urinário (ITU). O volume e a força do fluxo urinário podem diminuir consideravelmente.

A hiperplasia benigna da próstata é mais frequente a partir dos 50 anos, afetando cerca de 40% dos homens aos 50 anos e cerca de 90% aos 90 anos. A sua causa exata ainda é desconhecida, mas provavelmente envolverá alterações hormonais incluindo a testosterona e di-hidrotestosterona.

Sintomas

Os sintomas da HBP resultam do obstáculo ao fluxo urinário como consequência do aumento de volume da próstata. Na fase inicial, existe uma dificuldade no início da micção ou uma sensação de micção incompleta. Como a bexiga não se esvazia por completo, o número de idas à casa de banho tende a aumentar, sobretudo durante a noite (nictúria) e a necessidade de urinar torna-se cada vez mais presente. O volume e a própria força do fluxo urinário tendem a reduzir e pode permanecer uma gota no final da micção. Numa fase mais avançada, a bexiga pode encher-se em excesso, provocando incontinência urinária.

Em alguns casos, o esforço da micção pode determinar o aparecimento de sangue na urina. Se a obstrução for completa, a micção torna-se impossível, causando um quadro de dor aguda, muito intensa, na parte inferior do abdómen. Podem ainda ocorrer infeções da bexiga, com sensação de ardor durante a micção e febre.

A urina que permanece na bexiga pode ser uma fonte de formação de cálculos urinários, cuja eliminação provoca dor.

Raramente, se o diagnóstico e o tratamento não forem realizados, o resíduo da urina tende a aumentar a pressão sobre os rins, com potencial para ocorrerem lesões renais.

Como é feito o diagnóstico da HBP?

O diagnóstico é feito através da história clínica e da observação médica, que permite avaliar a dimensão e textura da próstata. As análises laboratoriais são importantes e permitem dosear as concentrações do antigénio específico prostático (PSA), úteis para o diagnóstico de hiperplasia da próstata e para o cancro prostático. A urofluxometria permite avaliar as características da micção e quantificar o grau de obstrução e a ecografia prostática fornece imagens muito precisas deste órgão. Noutros casos, poderá ser útil realizar um exame endoscópico através da uretra.

Prevenção e estilo de vida

Tendo em conta que o seu principal fator de risco é a idade, não existe nenhum método validado de prevenção para esta doença.

Alguns dados sugerem que a atividade física regular, uma dieta pobre em gordura, o consumo regular de vegetais ricos em vitamina C e de alimentos ricos em zinco pode reduzir o risco de desenvolvimento desta condição.

O mais importante é o diagnóstico precoce, mediante consulta médica e testes laboratoriais, que permitem uma intervenção terapêutica antecipada e, por isso, mais eficaz.

Tratamento

O tratamento para a Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) varia conforme a gravidade dos sintomas e a resposta ao tratamento inicial. As principais opções de tratamento passam por:

Alfabloqueadores: Relaxam os músculos da próstata e do colo da bexiga para facilitar a micção. Exemplos: Tansulosina, Alfuzosina.

Inibidores da 5-alfa-redutase: Reduzem o tamanho da próstata ao impedir a conversão de testosterona em di-hidrotestosterona (DHT). Exemplos: Finasterida, Dutasterida.

Terapia combinada: Combina alfabloqueadores e inibidores da 5-alfa-redutase para eficácia melhorada.

Terapia com laser: utilizada para remover ou encolher o tecido prostático obstrutivo.

Terapia térmica (Microwave Therapy, TUMT): utiliza micro-ondas para aquecer e destruir o tecido prostático.

Prostatectomia aberta: Remoção de parte ou da totalidade da próstata através de uma incisão abdominal. Utilizada em casos de próstata muito aumentada.

Ressecção transuretral da próstata (RTUP): Remoção do tecido prostático através de um instrumento inserido na uretra. É o método cirúrgico mais comum para HBP.

Existem atualmente muitas opções no mercado que podem desempenhar um papel positivo na saúde da próstata e ajudar na redução dos sintomas urinários associados à HBP.

Alterações na dieta, a prática regular de exercício físico e o treino da bexiga, por exemplo, são algumas medidas que ajudam a melhorar a saúde geral assim como o controlo da bexiga, reduzir a frequência urinária e aliviar os sintomas urinários.

Estas opções de tratamento são escolhidas com base nos sintomas específicos do paciente, na extensão da hiperplasia e na resposta aos tratamentos iniciais. O médico urologista é quem melhor pode orientar sobre a opção mais adequada em cada caso.

Sintomas Urinários associados à HBP

Quais são e como se caracterizam?

Os sintomas do aparelho urinário inferior são classificados como sintomas de:

  • Esvaziamento;
  • Armazenamento;
  • Pós-miccionais.

Os sintomas de esvaziamento (obstrutivos) são o atraso no início da micção, o esforço miccional, a diminuição da força e do calibre do jacto miccional e o prolongamento ou intermitência da micção.

A intensidade dos sintomas obstrutivos pode ir desde uma ligeira hesitação ao iniciar a micção matinal, à retenção urinária aguda.

Os sintomas de armazenamento são resultantes de alterações vesicais, quer anatómicas, quer funcionais. São eles a imperiosidade miccional (“urgência”, vontade súbita de urinar), a incontinência associada a esta vontade súbita, a polaquiúria (aumento da frequência das micções) e a noctúria (aumento do número de vezes que se urina de noite).

Os sintomas pós-miccionais dizem respeito à sensação de esvaziamento vesical incompleto e o gotejo após a micção.

Lembre-se de que a Urologia é a especialidade médica dedicada ao diagnóstico e tratamento médico e cirúrgico das doenças do aparelho urinário e do aparelho genital masculino. Se tem alguma questão, deve consultar o seu urologista.

UroProst

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