A Pílula versus O Anel Vaginal
Cansada da rotina da toma diária? Sente que a pílula não é o método ideal para si, mas também não conhece bem os outros métodos? Sabia que as mulheres que experimentam o anel vaginal acabam depois por recomendá-lo às pessoas mais próximas? Desvendamos o porquê nesta publicação.
O que é o anel vaginal?
É um contracetivo hormonal combinado, de administração vaginal. É um anel de plástico flexível e suave, que é inserido na vagina durante 3 semanas seguidas. O anel deve permanecer dentro da vagina mesmo durante as relações sexuais e é apenas removido na quarta semana, período durante o qual surgirá a hemorragia de privação. No início de cada mês é inserido um novo anel e recomeça um novo ciclo.
Como funciona?
O anel contém duas hormonas: o progestagénio e o estrogénio, as mesmas hormonas presentes na pilula oral combinada. Estas hormonas são libertadas pelo anel e absorvidas através dos vasos sanguíneos existentes na vagina e a gravidez é evitada através da inibição da ovulação e, simultaneamente, pelo espessamento do muco cervical criando uma barreira à entrada do esperma no útero.
Qual a sua eficácia?
O anel é um método que tem uma eficácia de 99%.
Deixamos de seguida uma comparação entre as vantagens e as desvantagens do anel vaginal contracetivo:
Quais são as vantagens?
- É fácil de usar
- É de uso mensal, pelo que não tem de pensar todos os dias em contraceção, apenas tem de se lembrar de mudar o anel uma vez por mês
- Ao contrário da pílula, as hormonas não são absorvidas pelo aparelho digestivo, permitindo que a eficácia deste método não seja posta em causa em caso de vómitos ou diarreia
- Sem efeito de passagem hepática diária (aplicação vaginal versus uma pilula oral);
- Proporciona uma menor exposição ao estrogénio e um bom controlo do ciclo
- Regula os ciclos e diminui a intensidade do fluxo menstrual
- Pode melhorar a dor menstrual
- Pode melhorar a acne hormonal
- É um método reversível
- Não interfere com as relações sexuais
- Raramente a mulher ou o parceiro terão queixas relacionadas com o seu uso
- É possível fazer o exame ginecológico sem retirar o anel
E as desvantagens?
- Requer a inserção de um novo anel todos os meses
- Podem sentir mais corrimento vaginal, geralmente sem gravidade
- Algumas mulheres podem sentir dificuldade nas primeiras colocações do anel vaginal, o que é normal e pode ser melhorado, com o ensino da técnica
- Está desaconselhado em todos os casos em que a contraceção hormonal não deve ser utilizada
- Pode causar hemorragias entre as menstruações
- Não protege contra Doenças Sexualmente Transmissíveis
- Não é recomendado nos primeiros meses após o parto
O que é a pílula oral?
A pilula contracetiva é um comprimido diário que previne a gravidez. A maioria das pilulas são tomadas em ciclos de 3 semanas e descontinuadas durante uma semana durante a qual geralmente ocorre a hemorragia de privação.
Como funciona?
As pilulas combinadas contêm duas hormonas: um progestativo e um estrogénio. Estas hormonas previnem a gravidez através da inibição da ovulação e, simultaneamente, pelo espessamento do muco cervical.
Qual a sua eficácia?
A pilula têm uma eficácia de 91% com uso regular, ou seja, quando há risco de aplicação incorreta, uso irregular ou simples erro humano com a toma. Quando a toma é 100% correta, a sua eficácia pode chegar aos 99%.
Quais são as vantagens?
- Regula os ciclos e diminui a intensidade do fluxo menstrual;
- Pode melhorar a dor menstrual;
- Pode melhorar a acne hormonal;
- É um método reversível;
- Diminui o risco de Doença Inflamatória Pélvica (DIP)
E as desvantagens?
- A sua eficácia depende da toma diária e à mesma hora;
- É desaconselhável a fumadoras com mais de 35 anos;
- Formalmente contraindicada em doentes hepáticas graves, em mulheres com elevado risco cardiovascular (hipertensas não controladas, diabéticas) e com risco tromboembólico aumentado;
- Perde eficácia quando há problemas gastrointestinais;
- Pode causar hemorragias entre as menstruações;
- Não protege contra Doenças Sexualmente Transmissíveis;
- Não é recomendada nos primeiros meses apos o parto;
Conclusão
A contraceção é uma escolha da mulher. Dada a diversidade de métodos nos dias de hoje, não é obrigatório apenas optar pela pílula quando este método pode não se adequar ao estilo de vida e vontade da mulher. O anel vaginal pode ser uma boa opção quando a mulher não pretende, por exemplo, ter que se lembrar de tomar um comprimido todos os dias ou estar à mercê de uma falta de eficácia devido a uma má disposição gastrointestinal.
Cada mulher deve, juntamente com o seu médico, escolher a contraceção que melhor se adapta ao seu estilo de vida, tendo em consideração diversos fatores como o estado de saúde, a frequência da atividade sexual, o número de parceiros, o risco face à exposição a doenças sexualmente transmissíveis e o desejo de engravidar no futuro. A decisão da mulher deve ser voluntária e, sobretudo, esclarecida.