Diabetes: do diagnóstico às complicações (se não controlada)

Diabetes: do diagnóstico às complicações (se não controlada)

O que é a diabetes?

A diabetes mellitus é uma doença do sistema endócrino que resulta da diminuição da produção ou da diminuição da eficácia da insulina que o organismo produz. A insulina é a hormona (secretada pelo pâncreas) que é responsável por transportar a glicose do sangue para o interior das células, para que seja usada como fonte de energia.

Como consequência da diminuição do transporte da glicose do sangue para as células, a mesma acumula-se em quantidades excessivas na circulação sistémica, o que origina os sintomas e as complicações típicas da doença.

Classificação

Embora existam outras classificações, as formas mais típicas da doença são:

  • Diabetes tipo 1: habitualmente de aparecimento na infância ou adolescência, embora possa ocorrer em qualquer idade. É causada pelo défice de insulina devido à destruição autoimune das células pancreáticas responsáveis pela sua produção (células beta).
  • Diabetes tipo 2: é muito mais prevalente do que o tipo 1, e habitualmente surge na idade adulta (embora possa surgir em adolescentes). Apesar de também se associar a alguma diminuição da produção da hormona, relaciona-se fundamentalmente com o aumento da resistência à insulina (pela obesidade, sedentarismo, excesso calórico e ingestão alcoólica).
  • Pré-diabetes: é uma classificação que pode ser atribuída a um grupo de alterações do metabolismo da glicose que ainda não constituem critérios de diagnóstico de diabetes.

Diagnóstico

O diagnóstico de diabetes é feito se cumprido um dos seguintes critérios:

  1. Sintomas de hiperglicemia (por exemplo: aumento do número de micções diárias, aumento excessivo da sede, perda de peso não explicada, visão turva) + glicémia em jejum ≥126mg/dL ou aleatória ≥200mg/dL.
  2. Elevação da glicémia em 2 ocasiões separadas (jejum ≥126mg/dL, aleatória ≥200mg/dL ou prova de tolerância à glicose oral ≥200mg/dL às 2H).
  3. Hemoglobina glicada (HbA1c) ≥ 6,5%.

Tratamento

O tratamento da diabetes passa por:

  • Modificação dos estilos de vida: alimentação com restrição de hidratos de carbono e gorduras, cessação do consumo de álcool e aumento da atividade física.
  • No caso dos doentes com diabetes tipo 1, a terapêutica com insulina é sempre necessária.
  • Na diabetes tipo 2, é possível atingir o controlo com antidiabéticos orais ou injetáveis não-insulínicos. No entanto, a insulina também pode ser utilizada.

Complicações de diabetes não controlada

– Microvasculares: retinopatia diabética, neuropatia periférica, nefropatia diabética.

– Macrovasculares: pé diabético, síndromes coronárias, doença arterial periférica, doença vascular cerebral.

– Por descompensação aguda: cetoacidose diabética, coma hiperglicémico hiperosmolar.


Dr. Luís Pedro Brázio

Médico Interno de Medicina Geral e Familiar
USF Santo António da Charneca

O conteúdo cientifico reproduzido nesta página foi desenvolvido pelo profissional de saúde mencionado.

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