Contraceção com Baixa Dosagem de Estrogénio

Contracetivos orais combinados

Os contracetivos orais combinados mimetizam os efeitos das hormonas femininas. Depois de ingerido, o contracetivo inibe a libertação da hormona libertadora de gonadotrofinas (GnRH) pelo hipotálamo, inibindo deste modo a libertação de hormonas pela hipófise que estimulam a ovulação. Os contracetivos orais também afetam a mucosa do útero e causam espessamento do muco cervical, tornando-o impermeável aos espermatozoides. Se usado de forma consistente e correta, os anticoncecionais orais são uma forma eficaz de contraceção.

Os contracetivos orais podem ser iniciados a qualquer momento na vida de uma mulher até a menopausa.

Os contracetivos orais podem ser uma combinação de estrogénio e um progestativo ou somente um progestativo.

Dosagem estrogénica no contracetivo oral

A maioria dos contracetivos orais combinados dispõem de 15 a 30 microgramas de etinilestradiol. Esta dose de etinilestradiol é considerada baixa. A baixa dosagem de etinilestradiol nos contracetivos orais é geralmente a mais indicada, uma vez que as fórmulas com dosagens menores demonstraram serem igualmente eficazes e têm menos efeitos secundários, com exceção de uma maior incidência de hemorragia irregular durante os primeiros meses de uso do contracetivo.

Os contracetivos orais têm alguns benefícios para saúde muito importantes. Os contracetivos orais diminuem de desenvolvimento de cancro do endométrio e cancro do ovário em cerca de 50%, no mínimo, 20 anos após a suspensão do seu uso. Também diminuem o risco de desenvolvimento de tumores ováricos benignos, hemorragia vaginal anormal, dismenorreia, osteoporose, distúrbio pré-menstrual disfórico, anemia, doenças benignas da mama e quistos ováricos funcionais. A gravidez ectópica e salpingites, que prejudicam a fertilidade, ocorrem menos frequentemente em utilizadoras de contraceção oral.

Lowelle

Contraceção na adolescência

Os contracetivos orais, devido à sua elevada eficácia e segurança, são considerados como o método de eleição para as jovens sexualmente ativas. Neste grupo etário são também valorizados os efeitos benéficos destes fármacos sobre a dismenorreia, as irregularidades menstruais, o acne, o hirsutismo e a prevenção da doença inflamatória pélvica.

Está demonstrado que uma gravidez na adolescência altera mais o meio hormonal e interfere mais com o crescimento do que qualquer contracetivo oral. Se não houver um problema médico associado, qualquer adolescente saudável, após estabelecimento do período menstrual poderá fazer pílula, devendo ser esta a de mais baixa dosagem de estrogénio possível, mantendo a eficácia necessária e a segurança.

O que fazer no caso de aparecerem perdas de sangue fora dos dias de pausa?

Durante os primeiros meses de utilização da pílula com baixa dosagem de estrogénio, é frequente aparecerem pequenas hemorragias, fora dos dias de pausa. Estas hemorragias, geralmente de pouca intensidade, são chamadas de “spotting” e, normalmente, desaparecem espontaneamente. Significa apenas que o organismo se está a adaptar. A eficácia da pílula é mantida.

Quais são as contraindicações da toma da pílula e quem não a pode tomar?

A pílula pode ser tomada por qualquer mulher em idade fértil, mas existem algumas situações em que se aconselha o uso de outros métodos contracetivos. Por isso, antes de iniciar a toma de um contracetivo, é aconselhável consultar um médico.

 

A pílula previne alguma doença?

A utilização da pílula parece ter alguns benefícios para a saúde, nomeadamente, na diminuição da ocorrência de doença inflamatória pélvica, de doença mamária benigna, de anemia e de cancro do endométrio e do ovário.

Ideias chave a reter sobre contraceção oral

  • A maioria das mulheres em idade fértil pode fazer contraceção oral e de forma contínua até a menopausa, se não tiverem contraindicações
  • Todos os anticoncecionais orais combinados (estrogénio e progestativo) são igualmente eficazes; formulações com dose baixa dosagem de estrogénio são preferidas porque têm menos efeitos adversos
  • Os contracetivos orais podem ter indicação clínica para além da contraceção
  • O risco de utilização de contraceção oral tem diminuído nos últimos anos, à medida que se utilizam doses hormonais cada vez mais baixas
  • Não existe prova de aumento de incidência de neoplasias em geral nas utilizadoras de contraceção oral
  • A POP («progestagen-only pill») não afecta a qualidade nem a quantidade do leite materno
  • Os contracetivos orais somente de progesterona podem causar hemorragia irregular e devem ser tomados na mesma hora, todos os dias

Mais Informações

Pode encontrar mais informações sobre a contraceção nesta página.

Nota Editorial: Esta página e todos os outros conteúdos presentes em lifewell.pt são elaborados e revistos por médicos especialistas em Portugal.