Disfunção Erétil

Disfunção Erétil

Chegaram às farmácias portuguesas há mais de 20 anos e vieram revolucionar a vida sexual de muitos casais.

Os medicamentos tiveram o mérito de iniciar uma autêntica democratização da disfunção erétil ao permitir falar-se mais sobre este assunto, ainda considerado inapropriado para muitas pessoas. A vida sexual dos casais alterou-se definitivamente; se até ao seu aparecimento uma disfunção erétil era considerada uma situação incapacitante para uma sexualidade normal, com todos os efeitos negativos para a masculinidade e virilidade de um homem, a partir daí começa-se a falar em dificuldades em obter uma ereção, que podem ser resolvidas ou melhoradas.

Até então, as soluções disponibilizadas para tratar a impotência eram invasivas – injeções intracavernosas e próteses penianas, não estando, por isso, acessíveis a todos os doentes.

A partir do momento em que temos ao nosso dispor um fármaco oral e com eficácia comprovada, o paradigma da disfunção erétil alterou-se definitivamente. Começou-se a assistir a um número cada vez maior de homens a serem tratados de uma forma cómoda e perfeitamente segura. Por outro lado, a maior procura por esta medicação fez também com que se começasse a falar mais das disfunções sexuais.

Definida como a incapacidade de obter e manter uma ereção de forma a permitir uma relação sexual satisfatória, a disfunção erétil é altamente prevalente e é mais notória em idades mais avançadas, encontrando-se presente em 5-10% dos homens com 40 anos e em 40-60% aos 70 anos.

São habitualmente fonte de múltiplas complicações, onde se destacam a depressão, ansiedade, deterioração da qualidade vida, problemas de relacionamento e ainda aversão à atividade sexual, podendo ter várias causas, incluindo psicológicas. Mas o mais frequente é uma obstrução do fluxo sanguíneo nas artérias do pénis (cavernosas) condicionada por vários fatores de risco cardiovasculares incluindo a diabetes, a hipertensão arterial, a dislipidemia, o tabagismo, a obesidade e ainda a falta de exercício físico.

Estes fatores também são responsáveis, ao mesmo tempo, por danos nas restantes artérias do organismo e que poderão levar a eventos cardiovasculares graves que muitas vezes interferem com a sobrevivência do doente, tais como o enfarte agudo do miocárdio e AVC. Daí que, hoje em dia, a disfunção erétil seja vista como um precursor de doença cardiovascular e é considerada uma oportunidade de identificar os doentes que estão em risco, corrigindo não só a impotência mas também os fatores de risco implicados e encaminhando, sempre que necessário, para avaliação cardiológica especializada.

Uma vez reconhecida esta situação, o seu médico irá pedir alguns exames complementares de diagnóstico, identificar fatores de risco cardiovasculares que necessitem de orientação específica e propor um tratamento individualizado e adequado à situação, tendo em conta as expetativas reais de cada caso em particular.

Dr. Pedro Eufrásio
Urologia
Hospital Santo André - Hospital de Leiria
Centro Hospitalar de São Francisco - CHSF Leiria - SANFIL
CUF Coimbra

O conteúdo cientifico reproduzido nesta página foi desenvolvido pelo profissional de saúde mencionado.

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