Ansiedade, Sono e Covid

Ansiedade, Sono e Covid

Os transtornos de ansiedade são um grupo de doenças caracterizadas pela presença de preocupação, receio excessivo, tensão ou o aparecimento de um mal-estar percetível que perturba a atividade normal de um indivíduo, derivado da antecipação de uma ameaça objetiva ou desconhecida.

A ansiedade quando desproporcionada em relação ao estímulo que a provoca, é considerada patológica.

As manifestações patológicas da ansiedade classificam-se da seguinte forma: pânico, fobia, transtorno obsessivo-compulsivo, stress pós-traumático, stress agudo, ansiedade generalizada ou induzida por substâncias.

A ansiedade pode surgir subitamente, como o pânico, ou gradualmente ao longo de minutos, de horas ou de dia e a sua duração qualifica-se como variável, indo de poucos segundos a vários anos.

Sintomas da ansiedade

  • Sintomas físicos: sudorese, boca seca, instabilidade, tremor, tensão muscular, dor de cabeça, parestesias, palpitações, taquicardia, dispneia, náuseas, vómitos, dispepsia, alterações gastrointestinais como diarreia e obstipação, aerofagia, micção frequente, problemas na esfera sexual e bloqueio psicomotor.
  • Sintomas psicológicos: apreensão, angústia, sensação de agonia, dificuldade de concentração, queixas de perda de memória irritabilidade, inquietação, desassossego, comportamentos com tendência para o isolamento, obsessões ou compulsões, insónia.

Insónia

A ansiedade pode ser uma causa de insónia e está associada à dificuldade em adormecer (ansiedade noturna).

A insónia traduz-se numa qualidade e/ou quantidade do sono insatisfatória, devendo ocorrer pelo menos durante 3 dias na semana, durante um mínimo de 3 meses para ser diagnosticada. Repercute-se negativamente na atividade quotidiana devido à presença de fadiga, sonolência, ansiedade, depressão, astenia, irritabilidade, dificuldade de concentração e desempenho psicomotor.

Cerca de 30% da população sofre de insónia, isto é, 1 em cada 3 adultos sofre pelo menos um episódio de insónia por ano, sendo mais prevalente nas mulheres com mais de 65 anos (50%).

A insónia pode ser classificada relativamente:

  • À duração: transitória (2-3 dias), de curta duração > 2-3 dias e < 3 semanas) e crónica (> 3 semanas)
  • Fase do sono: insónia inicial (dificuldade em adormecer: >30 minutos), insónia de manutenção (despertares frequentes: >3 por noite), insónia terminal ou de despertar precoce (acordar de madrugada e não conseguir adormecer novamente; tempo total de sono <5h).

 

A insónia pode ser classificada ainda em primária (ausência de problemas psicofisiológicos, físicos ou mentais como causa de insónia) ou secundária (existe uma causa atribuível, como por exemplo, apneia do sono, stress, depressão). Cerca de 15 a 20% dos casos são de insónia primária e os restantes 80% de insónia secundária.

Alguns estudos colocam a prevalência da ansiedade na população portuguesa na ordem dos 16%, podendo estes números agravar-se perante a insegurança e incerteza face à COVID-19.

Tanto a ansiedade ligeira, autolimitada de curta duração, como a insónia são passíveis de ser ultrapassadas com a medidas não farmacológicas e farmacológicas.

ClimaCare Sono e Tranquilidade

RIEMANN, Dieter, et al. European guideline for the diagnosis and treatment of insomnia. Journal of sleep research, 2017, 26.6: 675-700.

VAN DER ZWEERDE, Tanja, et al. Cognitive behavioral therapy for insomnia: a meta-analysis of long-term effects in controlled studies. Sleep medicine reviews, 2019, 48: 101208.

RFernandez,PA, Protocolos de Indicación Farmacéutica y criterios de derivación al médico en síntomas menores’, Granada, 2018.

Direção-Geral da Saúde. Programa Nacional para a Saúde Mental: Saúde Mental em Números – 2015. 2015;

National Sleep Foundation. W.hite Paper: How Much Sleep Do Adults Need? [Internet]. 2019 [cited 2019 Aug 16]. Available from:https://www.sleepfoundation.org/professionals/whitepapers-andpositionstatements/white-paper-how-much-sleep-do-adults-need.

Partilhe esta publicação